
O Senado deve votar, amanhã, o novo Código Florestal, que há mais de 40 anos dita as regras sobre meio ambiente no Brasil. Essa atualização já se arrasta por 12 anos.
Hoje, toda propriedade tem que preservar 20% da área, 35% se estiver no cerrado ou 80% se for na amazônia.
Com o novo código, grandes estados, como o Amazonas, terão que proteger 50%. Outra mudança diz respeito às beiras de rios, topos e encostas de morros, chamadas áreas de preservação permanente. Atualmente, deve-se conservar uma faixa de 30 metros de mata e pelo novo texto, os proprietários terão que recuperar 15 metros.
Para defender as atuais mudanças no Código, a alegação dos ruralistas é de que é preciso aumentar áreas cultiváveis para produzir e fazer a economia do país crescer.
O argumento é falho. Segundo o próprio Ministério da Agricultura, existem 120 milhões de hectares já desmatados e que poderiam ser recuperados para o plantio ou para a pecuária.
Isso sem falar nas áreas do semi-árido nordestino ainda pouco exploradas, mas que já mostram seu potencial. Só no Ceará, a produção de frutas exóticas fechou em 810 mil toneladas no ano passado.
Mais uma prova de que, para produzir, basta aproveitar as potencialidades de cada lugar. Não é preciso desmatar - ainda mais.